BMW Jazz Festival - 2011
Com um par de ingressos conseguidos na última hora, tive a oportunidade de assistir as atrações dos dias 10 e 12 junho no Auditório do Ibirapuera.
Foi a minha primeira visita a este auditório e fiquei impressionado com a beleza e qualidade do espaço. Embora o espaço seja relativamente pequeno para um evento de tanta repercussão como foi BMW Jazz Festival, talvez a escolha do espaço tenha sido feita objetivando a qualidade e não quantidade. Se este foi o caso, então a produção acertou em cheio.
Ao longo dos três dias de festival, a programação do festival me fez lembrar os primeiros anos do Free Jazz Festival que aconteciam no Hotel Nacional no Rio de Janeiro no final dos anos 80 e onde o jazz da mais alta qualidade corria solto.
A qualidade do áudio no BMW Jazz Festival, em todas as seis apresentações que assisti, estava absolutamente impecável. Ocorreu apenas um problema no início da apresentação de Wayne Shorter, o qual pode ser justificado facilmente pelo fato do grupo não ter tido tempo de fazer a passagem do som com antecedência. A empresa responsável pela sonorização do evento foi a "Gabisom".
O grupo de Wayne Shorter só chegou a São Paulo quando a primeira atração da noite já estava entrando no palco. Billy Harper e seu quinteto deram início ao festival com um show memorável.
Devido às cinzas do vulcão no Chile, Wayne Shorter e grupo tiveram que encarar cerca de 10 horas de viagem de ônibus entre Buenos Aires e Uruguaiana, onde um avião especialmente fretado pela produção do evento trouxe o grupo até Curitiba e depois até São Paulo.
Os shows foram excelentes, mas o trio de Joshua Redman foi realmente um espetáculo onde o virtuosismo dos músicos foi usado a serviço da melhor música. Com uma energia impressionante o trio de Redman(ts), Reuben Rogers (b), Gregory Hutchinson (d), contagiou a toda platéia.
O cool jazz norueguês do Tord Gustavsen Trio deu início às últimas apresentações do festival aquecendo a platéia em uma noite fria de domingo. Leves, eloquentes, perfeitos, o trio não desperdiçou uma nota, nenhum som sequer.
Renaud Garcia-Fons foi virtuoso em seu baixo acústico de cinco cordas. Acompanhado por Kiko Ruiz (violão flamenco), David Venitucci (acordeom) e Pascal Rollando (percussão), Renaud apresentou as músicas de seu disco "LA LNEA DEL SUR" onde ele diz tentar traçar um elo entre os muitos mundos musicais que fizeram parte de sua infância como a música mediterrânea, latina, flamenca e o jazz.
Marcus Miller era sem dúvida o mais esperado da noite com seu projeto TUTU REVISITED, onde Miller faz uma homenagem a Miles Davis comemorando os 25 anos da gravação deste que foi o álbum que marcou a última fase da carreira do trompetista. Segundo o release do festival seria uma releitura do álbum TUTU, mas o que foi apresentado no palco foi realmente uma "visita".
Miller, como mentor de um álbum tão importante e inovador, me fez aguardar durante todo o show por uma surpresa que não aconteceu.
O show foi sem dúvida muito bom e teve seu ponto alto quando o contrabaixista pegou um clarone (clarineta-baixo), fez uma interpretação emocionada de "In a Sentimental Mood" e depois deu sequência ao seu jazz-fusion energético a la anos 80/90.
Aproveitem nos vídeos abaixo alguns momentos dos shows.
BMW JAZZ FESTIVAL - 12/06/2011
Tord Gustavsen Trio
Renaud Garcia-Fons
Marcus Miller - TUTU REVISITED - "Tomaas"
Marcus Miller - TUTU REVISITED - "Splatch"
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